Nova Gente: '1.5 milhões de europeus pelo fim do comércio de peles na UE'

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Na última semana os peticionários da Iniciativa Europeia de Cidadania “UE sem peles” estiveram no Parlamento Europeu para apresentar os factos que justificam o fim da produção, exportação e importação de peles. Sabem quem não esteve lá? PPE (PSD e CDS), S&D (Socialistas) e extrema direita.

Não deixa de ser curioso que na apresentação da petição, numa audição conjunta entre a Comissão de Agricultura e a do Mercado Interno, para terminar com a cruel indústria das peles, que aprisiona animais selvagens como as raposas, visons e chinchilas, não esteve ninguém do PPE, S&D e extrema direita. Isto é revelador do medo destes grupos em estar num debate onde, estou certo, teriam que defender uma indústria altamente cruel e ineficiente. Mas de uma perspectiva ainda mais profunda é também descritivo do grau com que estes grupos lidam com a democracia participativa.

A iniciativa Europeia é uma ferramenta de democracia participativa e directa que permite condicionar o debate político em torno de determinadas matérias, mas que tem sobretudo o objectivo de mostrar às instituições Europeias, nomeadamente à Comissão, a urgência de mudar legislação comunitária. Quando estas petições são desconsideradas pelos partidos, grupos políticos e mesmo pela Comissão, depois de recolherem tantas assinaturas, de mobilizarem milhões de cidadãos, e de mostrarem a importância de transformar a sociedade pela positiva, o sinal é claro. A democracia está em risco.

E sim a democracia está efectivamente em risco quando as promessas dão lugar a nada, quando as petições dão lugar a (quase) nada, e quando a política se torna num espectáculo de chavões e vazia de propostas. Há que mobilizar, participar, mas sobretudo votar. Em 2024 os Europeus terão mais uma oportunidade de mostrar que o cumprimento das promessas importa, que os programas são para ser cumpridos e que a democracia cumpre-se com menos palavras e mais acção.

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