Verdes Europeus campeões em legislação de bem-estar animal. Francisco Guerreiro é ponta de lança, revela estudo

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Bruxelas, 13 de outubro de 2023 – O novo relatório da Compassion in World Farming “EU votes for farmed animals” pontua os votos dos deputados sobre animais de criação desde o início desta legislatura em 2019. Analisa 16 votações importantes do Parlamento Europeu destinadas a melhorar o bem-estar dos animais de criação. Os dados revelaram que o grupo dos Verdes/ALE votou consistentemente a favor de medidas para melhorar o bem-estar dos animais, 96%, sendo o eurodeputado Francisco Guerreiro apoiou 100% das medidas apresentadas segundo indica o estudo.

Enquanto os grupos de centro-direita e de extrema-direita (Conservadores e Reformistas Europeus e Identidade e Democracia, Partido Popular Europeu) votam contra. 28%, 25% e 23%, respetivamente. PSD e CDS são os piores nos marcadores nacionais.

A análise é publicada no meio de revelações de que a UE está a recuar no seu compromisso de rever as suas leis de bem-estar animal – com milhões de cidadãos à espera da maior revolução sobre o bem-estar animal do mundo, que libertaria 300 milhões de animais de criação das jaulas.

A análise da Compassion in World Farming baseada em dados mostra uma clara desconexão entre o que os cidadãos pedem e a forma como os eurodeputados votam. Embora oito em cada dez europeus acreditem que o bem-estar dos animais de criação deveria ser mais bem protegido, isso não se reflete nos votos dos representantes eleitos dos cidadãos europeus.

Dos 10.265 votos individuais analisados, apenas quatro em cada dez votos foram a favor de um maior bem-estar dos animais de criação durante este mandato político. Em alguns grupos políticos, como o Partido Popular Europeu, a situação é terrível - apenas dois em cada dez votos do Partido Popular Europeu satisfazem as expectativas dos cidadãos.

No dia 12 de outubro, decorreu no Parlamento Europeu o #Greens4Animals, um evento que visou promover o bem-estar animal e pressionar a Comissão Europeia a atualizar a legislação acerca desta matéria (sobre transporte de animais, animais produzidos em regime de pecuária tal como a legislação em torno do seu abate), algo que tinha sido prometido no início do mandato, no total cinco diretivas e dois regulamentos.

“Após décadas de apelos da sociedade civil para que a vida dos animais seja melhorada através de melhor legislação, a Comissão tem o dever de apresentar esta proposta de revisão. A atitude da Comissão em ignorar as Iniciativas de Cidadania Europeia demonstra como a Comissão está capturada pelos lobbies da grande indústria da pecuária e do agro alimentar”, refere o Eurodeputado português Francisco Guerreiro (Verdes/ALE).

No início de setembro, notícias da comunicação social revelaram que a UE está a considerar abandonar os seus planos para medidas mais rigorosas de bem-estar animal, na sequência de uma reação coordenada da direita contra as regulamentações ambientais do bloco. Entre as novas regras que estão a ser eliminadas pelo adiamento, está um compromisso sem precedentes para proibir a agricultura em gaiolas, feito em resposta a uma ação semelhante a um referendo por 1,4 milhões de cidadãos – a Iniciativa de Cidadãos Europeus 'End the Cage Age', que a Compassion in World Farming coordenou.

Na UE, todos os anos, cerca de 300 milhões de animais de criação ainda passam toda ou parte da sua vida em jaulas, currais ou estábulos, o que causa grande sofrimento. Galinhas poedeiras e coelhos, por exemplo, ficam confinados em espaços do tamanho aproximado de uma folha de papel A4. Segundo dados da agência da ONU FAO, a UE é também o bloco geopolítico que mais exporta animais no mundo com cerca de 1.6 mil milhões de animais comercializados.

Veja o relatório completo aqui:

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