Desafios e Oportunidades da Nova PAC para Portugal

• Política Agrícola Comum

Lisboa, 29 de Março de 2021 - O eurodeputado Francisco Guerreiro (Verdes/ALE) esteve hoje, a convite do jornal Vida Económica, a debater o futuro da Política Agrícola Comum (PAC), com a Ministra da Agricultura, a Confederação Agrícola Portuguesa (CAP), a Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (CONFRAGI) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA). 

O eurodeputado apresentou várias questões à Ministra da Agricultura de Portugal, concretamente, sobre a sua afirmação da importância do mundo rural e do interior com a contradição do apoio do governo português à construção do aeroporto comercial no Montijo em vez do uso do de Beja. 

Alertou também para o chavão utilizado pela Ministra em termos de bem-estar animal e o seu contraste com o incentivo à exportação de animais vivos. "No porto de Cartagena já foram mortos mais de 1600 bovinos, do barco Elbeik, e atualmente estão mais de 10 embarcações, com animais vivos, presos no canal de Suez.

Precisamos terminar com a exportação de animais vivos na União Europeia", considera Francisco Guerreiro.

A Ministra foi ainda questionada acerca da carta enviada por Guerreiro e mais 33 eurodeputados que pede o fim do financiamento da criação de touros de lide na PAC e que pode ser consultada aqui e também sobre a sua posição sobre a censura a produtos vegetais, com a emenda 171, presente da Organização Comum dos Mercados, e que demonstra o medo da indústria da pecuária para uma real transição para um modelo mais orientado para o consumo de produtos à base de plantas. 

Por fim, o eurodeputado concordou com a CAP e a CONFRAGI relativamente aos possíveis incumprimentos das regras ambientais e de bem-estar animal de outros países com os acordos comerciais (nomeadamente com o Mercosul) e alertou a CONFRAGI que "não precisamos de mais pecuária e laticínios para alimentar os mais de 2 mil milhões de pessoas que se espera venham a nascer nas próximas décadas. Precisamos, sim, de investir em mais produtos vegetais e apostar no desincentivo da produção pecuária". 

Das perguntas a Ministra abordou apenas duas:

- Bem-estar animal: falou de modo generalista não concretizando medidas para terminar com a exportação de animais vivos, sobretudo em longa distância.

- Apoio ao sector tauromáquico: afirmou que estão a analisar como concretizar a medida em sede de trílogos (negociação entre Parlamento, Conselho e Comissão Europeia).

Vê o debate aqui.

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