Francisco Guerreiro deixa o PAN por divergências políticas com o partido

• Verdes/ALE

Lisboa, 16 de junho de 2020 - O eurodeputado Francisco Guerreiro sai do partido Pessoas-Animais-Natureza por divergências políticas com a direção e garante que continuará a defender no parlamento europeu os ideais pelos quais foi eleito e se rege.

Francisco Guerreiro integrou as fileiras do PAN em 2012. Ingressou na Comissão Política Nacional do partido em 2013 e foi coordenador da secretaria de comunicação, e membro da Comissão Política Permanente desde 2014.

As divergências que justificam o seu afastamento do PAN assentam na falta de identificação política com várias posições relevantes tomadas pelo partido no parlamento nacional bem como com a linha política global que tem caracterizado a atuação do PAN nos últimos meses – tendo esta inclusive limitado a independência política do eurodeputado em Bruxelas.

“Tem existido um constante afastamento de alguns princípios fundadores do partido que fazem com que, em consciência, não me reveja em várias das decisões tomadas”, afirma o eurodeputado. Francisco Guerreiro refere-se, por exemplo, à crescente e vincada colagem do PAN à esquerda, ação que quebra uma das bases filosóficas do partido que não se revê nas dicotomias políticas tradicionais, o caso da recente apologia ao incentivo para a entrada de jovens no serviço militar (contra a base pacifista do partido), a passividade perante as ações geopolíticas da China na Europa ou o aumento da agressividade discursiva aproximando o PAN da comunicação dos partidos tradicionais, institucionalizados e extremados. O eurodeputado aponta como exemplo concreto o “bloqueio da divulgação do trabalho europeu e na promoção de ações sobre matérias programáticas como o Rendimento Básico Incondicional (RBI), sobretudo em período de COVID-19 e de recuperação económica”.

Francisco Guerreiro assegura que “enquanto eurodeputado independente continuarei a defender as linhas programáticas com as quais fui eleito, como é o caso do estudo da implementação de um projeto piloto de RBI na Europa tão importante, particularmente, no atual contexto de pandemia”.

Francisco Guerreiro continuará a integrar, agora na condição de deputado independente, Os Verdes Europeus/Aliança Livre Europeia – grupo do Parlamento Europeu que integra a ideologia ecologista de 29 países da Europa – onde continuará a defender as causas pelas quais foi eleito. Ao contrário do PAN o eurodeputado, é, desde 2019, membro efetivo da família dos Verdes Europeus.

“Continuarei a respeitar o mandato que me foi concedido, tal como os ideais do programa das eleições europeias de 2019 votado por mais de 168 mil cidadãos”.

Francisco Guerreiro, entrou com 34 anos para o Parlamento Europeu onde se destacou de imediato por ter conseguido a 1ª vice-presidência da Comissão de Agricultura e do Desenvolvimento Rural, o lugar como efetivo nas comissões das Pescas e dos Orçamentos, a vice-presidência do intergrupo pela conservação e proteção do bem-estar animal bem como a integração na aliança da FAO contra a fome e a má-nutrição no Parlamento Europeu.

Tem-se destacado pela participação ativa quer no plenário em Bruxelas e Estrasburgo, quer enquanto relator e relator sombra de importantes relatórios como é o caso do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas (FEAMP).

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