Nova Gente: Veganismo: Custa muito, muito pouco'

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Recentemente a DECO publicou um estudo que inferia que uma dieta sem produtos animais (vegan) era a melhor para o ambiente, mas também a mais cara. Porém, e mais uma vez, o diabo está nos detalhes.

Se olharmos para este estudo a dieta vegan “Por mês, é 46€ mais cara do que a dieta ovolactovegetariana,mais 64€ do que a mediterrânica e mais 95€ do que a planetária.” Porém, em resposta, a Associação Vegetariana Portuguesa demonstrou, recorrendo a outro estudo da Universidade da Beira Interior que “quem opta por uma alimentação de base vegetal tem maior probabilidade de gastar menos dinheiro nas compras de alimentação.”

Acrescento que existe omissão na análise da DECO dos custos reais de produtos pecuários, piscícolas e relacionados com os lacticínios (leite, iogurtes e queijos). Ou seja, se internalizarmos todos os subsídios municipais (apoios institucionais directos e indirectos através dos orçamentos municipais), nacionais (programas financiados pelo Ministério da Economia e do Mar, e da Agricultura, por exemplo) e Europeus (através da Política de Coesão, Política Agrícola Comum, Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura, entre outros) podemos verificar que o preço destes produtos nas prateleiras não é o real.
A indústria “plant based” ainda está longe de atingir o mesmo modelo de financiamento (seja através de ajudas directas ou indirectas) que as indústrias tradicionais ligadas à produção, distribuição e marketing de produtos animais. Logo a competição justa, em boa análise, não existe.

Se a tudo isto incluirmos o custo dos impactos ecológicos, sociais e económicos dos produtos pecuários, piscícolas e derivados dos lacticínios, conseguimos compreender que a real fatura está a ser paga pelo ambiente, pelos animais e pelos nossos sistemas de saúde. Estas externalidades aparentam não ter peso, mas se contabilizadas demonstram que uma alimentação vegan é a mais benéfica para o planeta, mas também para a carteira.

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