Nova Gente: 'O oceano como prioridade politica'
Na semana passada tivemos em Lisboa a Conferência da ONU sobre os Oceanos. Nela estive como membro do Parlamento Europeu numa comitiva que durante vários dias debateu, com inúmeras entidades institucionais, da sociedade civil e de organizações não-governamentais, o que precisamos para garantirmos a protecção e regeneração efectiva dos oceanos.
Mas em tantas conversas algo foi muito claro. A maioria dos agentes políticos fala em mudar de paradigma, mas pouco fará para o implementar (sobretudo a nível individual). Faltou força e paixão para garantir a não exploração de minérios em águas profundas, o combate à pesca ilegal, a redução do consumo de produtos piscícolas por parte dos países com consumo exacerbado (e.g. Portugal), a criação de zonas marinhas protegidas (de pelo menos 30%), a redução drástica da poluição marinha, o financiamento a países insulares ou costeiros, com menores recursos, para se adaptarem aos impactos das alterações climáticas, o fim dos subsídios perniciosos no sector das pescas e nos combustíveis marinhos, entre tantos outros temas.
No nosso país não é diferente. A prioridade dada à gestão marítima levou, ironicamente, à extinção do Ministério do Mar e à sua incorporação no Ministério da Economia com o argumento da redução de ministérios e ministros. Nesse sentido, os indícios não apontam para que tenhamos uma revolução na gestão de um bem tão precioso que se baseie na ciência, na preservação e na regeneração, mas sim na manutenção do status quo, no extractivismo e na impossibilidade de ter o oceano como um aliado no combate às alterações climáticas.
Creio que é de senso comum que de proclamações políticas estamos todos fartos. E infelizmente o que muitos políticos dizem, sobretudo em posições de poder e real influência geopolítica, económica e social, depois não cumprem!
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