Nova Gente: 'O meu apoio a António Guterres'

• Nova Gente

Nos últimos dias António Guterres, secretário Geral da ONU, o único eleito por dois mandatos à frente da instituição, fez o seu trabalho. Procurou a paz. Porém, quem não a quer, tentou cilindrá-lo.
Talvez por não estudarem História, ou projectarem a sua política por meros chavões, vários movimentos políticos descontextualizaram, propositadamente, as declarações claras e óbvias de António Guterres sobre o papel das políticas Israelitas na catástrofe geopolítica e humanitária que se vive na faixa de Gaza. Com isto não se branqueia a acção terrorista do Hamas, nem tampouco se menoriza a legítima defesa de qualquer nação. Porém, e como qualquer político responsável, é óbvio que acontecimentos não acontecem no vácuo. Eles têm contextos históricos, sociais, culturais e geopolíticos.

Seria de questionar quem tanto criticou Guterres, nomeadamente o líder da extrema direita Portuguesa e os liberais, se terão a mesma reacção com comentários efectivamente extremistas e graves, nomeadamente por parte de ministros Israelitas. Bezalel Smotrich, ministro das finanças, advertiu que “não existe uma nação ou povo palestiniano”, negando-lhes assim direitos consagrados pelo direito internacional. Já o ministro da segurança nacional Itamar Ben-Gvir, também de extrema direita, afirmou que “ele, a sua mulher e filhos têm mais direitos de passagem na Cisjordânia que os árabes”. Já agora onde está a contestação destes grupos políticos com a morte de pelo menos 29 agentes das Nações Unidas em Gaza desde 7 de outubro?

A abominável acção terrorista do Hamas deve ser combatida não com uma visão unilateral de apoio às acções do governo de Israel, mas considerando um cessar fogo imediato, a libertação de reféns israelitas, mas sobretudo a implementação no terreno da solução política de dois Estados. E esta liderança política, de construção de paz, de desmonte do poder institucional do Hamas, mas também de contenção ao belicismo Israelita, tem sido feita, e muito bem, por António Guterres.

 Lê o artigo de opinião aqui

Partilhar artigo