Notícias ao Minuto: 'Eurodeputados portugueses saúdam resultado das eleições na Polónia'

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Eurodeputados portugueses, à exceção do PCP, saúdam o resultado das eleições na Polónia, que afastaram o governo conservador populista, e que veem como sinal positivo para as europeias de junho, quando crescem os partidos eurocéticos.

pesar de o Lei e Justiça (PiS), do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki, ter sido o partido mais votado no domingo passado, o antigo presidente do Conselho Europeu Donald Tusk prepara-se para liderar um executivo que integrará partidos do centro-direita à esquerda.

O socialista Pedro Marques (grupo Socialistas e Democratas) comentou que, na noite eleitoral polaca, os eurodeputados, da esquerda à direita, estavam "a roer as unhas".

"Ganharam as forças democráticas na Polónia. É um sinal de viragem importantíssima num país de referência no contexto geopolítico, desta Europa que construímos depois do último grande alargamento, e que se estava a afastar muito dos valores europeus", referiu.

Sobre as próximas eleições para o Parlamento Europeu, Pedro Marques sublinhou que os socialistas estão "a lutar com todas as forças" para contrariar a eventual subida dos partidos eurocéticos.

"Afirmando que não transigimos em relação a essas forças antidemocráticas, e essa é a maior diferença entre nós e o centro-direita", disse, acusando PPE, na Europa, e PSD e CDS, em Portugal, de manterem "uma ambiguidade" sobre a possibilidade de se coligarem com partidos "de extrema-direita, xenófobos, que querem alterar profundamente os valores de diversidade em que a Europa foi constituída".

"É uma grande notícia para a União Europeia e para o PPE [Partido Popular Europeu]. É uma grande vitória do Estado de Direito e das ideias europeias", considerou à Lusa o eurodeputado social-democrata Paulo Rangel, da mesma família política europeia que Donald Tusk chefiou.

A Europa precisava de um resultado assim "como de pão para a boca", especialmente depois dos "resultados desastrosos" na Eslováquia, onde a extrema-direita entrou no poder e cujo novo primeiro-ministro, Robert Fico, quer suspender a ajuda à Ucrânia.

O eleito do PSD criticou o Partido Socialista Europeu e português, que "durante cinco ou seis anos " não se demarcaram do primeiro-ministro cessante da Polónia.

Rangel destacou a grande mobilização dos eleitores polacos, em particular dos jovens, nestas eleições e vê este resultado como "uma lufada de ar fresco e um incentivo" que ajudará os partidos pró-europeus a "ter uma vitória grande" nas eleições de junho.

"Uma grande notícia para a União Europeia e que desmente uma inevitabilidade que se procura vender de um crescimento da extrema-direita nas próximas eleições europeias", comentou o bloquista José Gusmão (Grupo da Esquerda).

O eurodeputado comentou que esta votação "mostra a importância de uma barreira higiénica contra a extrema-direita" e defendeu que, para contrariar o discurso dos eurocéticos, a UE deve promover o Estado social e respeitar mais as soberanias dos Estados-membros.

O comunista João Pimenta Lopes (Esquerda) afirmou que "as eleições foram profundamente marcadas pela guerra na Ucrânia", num debate que "fez soar alarmes" porque, disse, Tusk assumiu posições "contrárias ao posicionamento da UE".

O eurodeputado alertou que se mantém na Polónia "uma muito significativa maioria de forças de direita e de extrema-direita", que "convergem no ataque a direitos laborais e sociais", em linha "com orientações de liberalização" da UE.

Para o eurodeputado democrata-cristão Nuno Melo (PPE), a votação no partido de Tusk "se não significa propriamente uma vitória, traduz um alinhamento com o projeto europeu".

"Aquilo que se espera é que, no futuro próximo, possamos ter a Polónia comprometida com este projeto comum", disse, considerando que "pode ser um sinal de esperança e motivar noutros países o desempenho de muitos eleitores que devem perceber que não é apostando nos que querem destruir o projeto europeu que se ajudam a si próprios".

Francisco Guerreiro (independente, bancada dos Verdes) destacou que as eleições na Polónia mostraram "duas coisas muito positivas".

"Quando a sociedade percebe que a democracia está em risco, mobiliza-se, e que é possível unir vários grupos para lutar contra um regime autocrático, que claramente estava a erodir os princípios de uma democracia liberal e pró-europeia", destacou.

Para o eurodeputado, "esta esperança pode ser um sinal muito positivo, até para contrapor os movimentos mais extremados, nomeadamente à direita, que vão emergindo por todo o lado e também em Portugal".

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