Nova Gente: 'O tamanho importa'

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Sei bem que este tipo de expressão está associado a outro tipo de conversa, mas vou usar esta referência para falar do poder que está estrategicamente a mudar do Ocidente, com a diminuição de influência do bloco anglo-saxónico - e, sobretudo, dos Estados Unidos da América (E.U.A.) - para o Oriente, com a ascensão da República Popular da China e dos seus aliados (diga-se, muito pouco democráticos).

E um dos pontos essenciais para compreender esta dinâmica, para além dos acordos bilaterais que o regime tem feito com várias nações - só em Portugal foram elaborados 17, em 2018 - de modo a obter maior controlo em áreas essenciais, como a energia ou infraestruturas, é a actual negociação com a monarquia saudita para vender 1% da empresa petrolífera ARAMCO.

É importante contextualizar que a Arábia Saudita tem cerca de 16% das reservas conhecidas de petróleo e é um dos principais actores na Organização dos Países Exportadores de Petróleo, logo, fundamental na estabilização dos preços mundiais de petróleo e na economia real.

Mas porque é esta negociação importante para todos nós?
Não só porque reforça o declínio geopolítico dos E.U.A. e da União Europeia (U.E.) na região do Médio Oriente, e, por conseguinte, diminui a possibilidade de gerir conflitos regionais como o israelo-árabe, como garante uma maior liberdade de acção de regimes autocráticos como o de Riyadh e o de Moscovo. Mais, diminuirá a capacidade de o dólar ser reserva padrão para trocas internacionais de petróleo.

Sendo o caminho, planeado pelo líder chinês, Xi Jinping, o de garantir que o yuan (unidade de conta, não confundir com a moeda renminbi) começa a ser opção para trocas internacionais, sobretudo de produtos petrolíferos.
É assim evidente o cerco que o regime chinês está a fazer às nações ocidentais e ao que elas representam. A garantia do Estado de Direito, de liberdades individuais e da democracia liberal.

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