Nova Gente: ' Reflexões sobre Educação - Acto II'

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Continuando a partilha da semana passada acredito que o actual modelo educativo é um castrador de seres e um massificador de iguais.

Neste artigo foco-me nas instituições físicas como cimentadores da uniformização educacional e do conformismo societal. Compreendo e valorizo o fantástico contributo dos berçários, creches, escolas, universidades, politécnicos, entre outras instituições educativas, tal como reconheço que não são todas iguais, porém a sua larga maioria, sobretudo se considerarmos o ensino público, promovem e incentivam um padrão de construção dos seus espaços físicos totalmente desactualizados. Estes continuam a ser construídos desconsiderando novas formas de estar no espaço escolar muitas vezes “hermetizando” alunos, professores e auxiliares em pequenas unidades, tal como negligenciando a importância do contacto com a natureza por supostos pressupostos de segurança. Mais, constroem-se locais híper vigiados e controlados que mais se assemelham a prisões “voluntárias” e onde o papel da burocracia, também na gestão destes espaços disfuncionais, se torna cada vez maior.

Digo isto porque creio que todas as instituições de ensino deveriam ser repensadas para uma formação mais orgânica de cidadãos e afastar-se, mesmo na sua fisicalidade, de um modelo ultrapassado de standartização fabril. Veja-se a sala de aula que se mantém um local de partilha unidireccional de conhecimentos, mas sobretudo incita à extrema quietude e apatia.

Em paralelo sinto a ausência de uma corrente de fundo com alunos, pais, professores, auxiliares de educação, académicos, arquitectos, Ministérios e outros interessados, na materialização destes novos objectivos educacionais. Ninguém sabe para onde caminhamos.
Considero imperioso este debate para sairmos da rotina mundana dos ciclos educacionais e entrarmos numa materialização de como será o projecto educacional de Portugal nas próximas décadas. Sem este continuaremos a cometer os mesmos erros do passado.

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