Nova Gente: ' Menos catarina Furtado'
Ao contrário do que o título sugere não tenho qualquer consideração depreciativa relativamente à personalidade pública da Catarina Furtado. Muito pelo contrário.
Aliás este título simboliza possivelmente o que acontece em demasia na nossa sociedade. A imprudência de constantemente julgarmos a vida alheia e sobretudo desvalorizar os actos de apoio público a causas comuns. Digo isto porque nas últimas semanas, e como escrevi na coluna da semana passada, emanou no Irão um movimento cívico feminista que usou como forma de protesto o corte de cabelo e o fim do uso do véu em clara manifestação contra um regime segregador e opressivo. No seguimento várias personalidades públicas, também em Portugal, simbolicamente cortaram o cabelo para demonstrar o apoio a esta causa.
Mas, como sempre, surgiram os julgadores moralistas a condenar a quantidade de cabelo que cada um cortava neste gesto de apoio. Como se realmente fosse relevante a quantidade e não o simbolismo do acto. E também não deixa de ser estranho esta crítica quando noutros exemplos estes actos, ditos menores, foram valorizados. Por exemplo quando várias figuras públicas se uniram para pedir e doar bens e recursos financeiros para ajudar a Ucrânia a resistir à invasão Russa. Não se viu questionar porque não iam todos para a frente de batalha.
Felizmente, vivemos numa sociedade tendencialmente livre onde todos podem ser criticados pelos seus actos públicos, mas creio que este tipo de crítica pejorativa diz mais de quem a faz do que de quem é alvo. Sendo que todos somos seres imperfeitos este é um reflexo pleno da sociedade superficial e hiper polarizada em que vivemos onde normalmente se comenta o pormenor esquecendo o contexto macro. Por isso à Catarina Furtado, tal como a todas as outras pessoas que à sua maneira defendem causas importantes e progressistas, obrigado.
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Quarta-feira, 13 de Dezembro de 2023
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