Nova Gente: Tempo
Um dos elementos mais importantes, senão o mais valioso mesmo, é o tempo. Desde que nascemos até aos últimos segundos de vida, como a conhecemos, temos um limitado espaço temporal para garantir a nossa plenitude. E é neste sentido que a vida pessoal e comunitária se devia orientar. Para valorizar o tempo como a unidade mais importante da nossa existência.
Porém, este conceito físico está intimamente ligado com um conceito abstrato e meramente humano. O dinheiro. Não é por acaso que se diz que “tempo é dinheiro”. Todavia será mesmo? Numa sociedade tecnológica tão desenvolvida onde se produz mais do que necessitamos, onde existe riqueza material para satisfazer todas as necessidades humanas (não desejos) e onde cientificamente conhecemos o impacto das nossas acções diárias e colectivas será mesmo necessário interligarmos o conceito de tempo com dinheiro?
Mesmo a nível laboral fará sentido continuarmos a promover jornadas de trabalho de oito horas, acrescentadas de mais dispêndio temporal em viagens de casa-trabalho, muitas vezes sem grande proveito efectivo, ou mesmo trabalhando anos a fio para no fim da vida (sobre)viver de uma reforma?
Se queremos mesmo valorizar o tempo e a nossa própria existência há que reorientar o sistema económico e social para desvalorizar o dinheiro como unidade máxima, o trabalho como meio maioritário de obtenção de rendimento e garantir que existem, sim, rendimentos para satisfazer todas as necessidades para uma vida condigna onde a existência de todos se torna a unidade mais fundamental da vida em sociedade.
É tempo de se discutir e implementar projectos-piloto de Rendimento Básico incondicionais, pois o tempo escasseia e a vida não deve ser só sobreviver para pagar contas.
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Expresso: 'Por que precisamos parar a máquina antropológica'
Quarta-feira, 17 de Abril de 2024
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