Nova Gente: 'Não há almoços grátis!'

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Como medida de compensação das minhas viagens entre Portugal, Bruxelas e Estrasburgo, organizei uma acção de reflorestação de uma área rural e municipal em Loulé com árvores autóctones. No total valorizámos uma área de sobreiral e plantámos 86 medronheiros e 58 alfarrobeiras.

Digo plantámos porque tive a ajuda, entre outros, do Município de Loulé, da Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, do ICNF, dos Sapadores Florestais, da comunidade local, da Escola Profissional Cândido Guerreiro e, claro, da minha família. Juntos aprendemos técnicas de plantação e ainda usámos o composto orgânico dos alunos da Escola Profissional. Considerei fundamental tal acção para dar um contributo para além do meu mandato, também promessa eleitoral, que termina daqui a 1 ano e meio. Estas árvores serão monitorizadas nos próximos anos e daqui a umas décadas servirão para capturar carbono e garantir mais biodiversidade.

Curiosamente no meio do grupo, e antes da plantação, ouvi um comentário que considerava tal acção estranha porque “não há almoços grátis!”. Ouvindo tal comentário só pude sentir o quão a política está manchada desta visão que alguém tem que beneficiar secretamente de algo com qualquer sinergia. Mas ri-me, discretamente, e segui para a plantação de consciência tranquila pois em boa verdade todos ganhamos com este tipo de acções. Mais biodiversidade, menos CO2 e melhor comunidade.

 Aliás fiz questão de escolher um município que tem um plano de acção e mitigação para os impactos das alterações climáticas, que sofreu com recentes fogos e que nem é da sensibilidade política que comungo no Parlamento Europeu. Isto para demonstrar que em causas comuns se nos unirmos todos ganhamos. Outro facto curioso é que a placa no local, que explica a acção realizada, não tinha o meu nome propositadamente. Ao contrário da maioria dos políticos não desejo ver imortalizado o meu nome em obras ou inaugurações, mas sim em actos que acrescentam valor por si mesmo.
 
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