Nova Gente: ' O que a Floresta une, a Política destrói'
Mais uma vez assistimos à catástrofe dos incêndios em Portugal e os cenários são cada vez piores se adicionarmos à equação o aumento galopante da temperatura média global, tal como os fenómenos extremos climáticos como as ondas de calor. Assim, é imperioso que no nosso país tenhamos uma real estratégia florestal de regeneração da biodiversidade e de prevenção de incêndios.
Esta estratégia passa por considerar prioritária a educação e a informação da população sobre o cuidado que devemos ter com as nossas florestas; garantir o investimento na regeneração e expansão (políticas públicas massivas de reflorestação de espécies autóctones) das nossas florestas com ênfase na biodiversidade de espécies (travar as monoculturas de eucaliptos e de pinheiros) e consequente regeneração dos solos (reduzir as explorações pecuárias e agrícolas também direccionadas para a pecuária, visto que as mesmas ocupam grande parte do território agrícola); accionar mecanismos institucionais de compra de terras abandonadas em torno de perímetros florestais para expansão da mesma; garantir corredores verdes biodiversos, por exemplo por cima de autoestradas ou circundando povoações; criar mais charcos, lagos, aquíferos e captadores de água de modo a garantir mais resiliência hídrica; dotar de mais e melhores meios os corpos de bombeiros e efectivar a coordenação do combate a incêndios; accionar celeremente apoios europeus, nomeadamente o Mecanismo Europeu de Proteção Civil; mobilizar as Forças Armadas para considerar os períodos de maior calor como ameaças à segurança nacional e, por fim, reforçar a criminalização de comportamentos que coloquem em risco estes biomas.
Se considerarmos as florestas como um activo ecológico, mais que meramente económico, conseguiremos beneficiar do que melhor estas têm. Maior captação de CO2, diminuição e regulação da temperatura, exponenciação da biodiversidade vegetal e animal, garantia de mais e melhor resiliência a fenómenos extremos, tal como a garantia que atingimos as metas climáticas a que nos propusemos. Sem esta mudança política e de paradigma estamos condenados a repetir os trágicos erros do presente.
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Expresso: 'Por que precisamos parar a máquina antropológica'
Quarta-feira, 17 de Abril de 2024
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