Nova Gente: ' O paradigna do (de) crescimento'

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Há uma história cultural que nos vem sendo contada faz décadas. A narrativa de que o crescimento é o único caminho para o desenvolvimento.

Se bem que podemos sentir no nosso dia-a-dia o progresso que adveio do paradigma capitalista, com o aumento da esperança média da vida, do acesso a serviços públicos e privados, com a garantia de sistemas mais eficientes de justiça, saúde, educação, que qualquer rei ou rainha teve acesso nos últimos milénios, existe um grande entrave a esta prática. O seu devastador impacto nos ecossistemas.

E este paradigma do crescimento tem, pelo menos, duas grandes falhas. A primeira é o tempo para transitarmos para uma sociedade mundial descarbonizada, pois os piores cenários dos especialistas climáticos continuam a ser ultrapassados. Em segundo, devido à ideia generalizada de que podemos crescer infinitamente nos meios e nos recursos, alienando os limites dos ecossistemas.

A primeira tem eco faz largas décadas na comunidade científica, e reporta o modelo de construção desta sociedade que é altamente poluente. Alertas estes que têm sido ignorados pelas elites políticas e empresariais. O segundo mantém as soluções políticas, que continuam a governar, no paradigma do crescimento como única solução para o desenvolvimento.

Exige-se coragem para apresentar soluções reais que apontem para a eficiência e abundância como caminhos de desenvolvimento efectivo, onde o acesso, a partilha e a cooperação sejam a norma em vez da excepção. Onde caminhamos para uma melhor distribuição da riqueza e priorizamos o que realmente temos de mais valioso. O tempo. Nesta equação societal, precisamos de variáveis como a implementação de um Rendimento Básico Incondicional, uma economia de decrescimento (mais eficiente), um combate efectivo à corrupção, uma aposta num novo modelo educativo e um sistema de saúde que previne doenças, tal como a priorização da democratização do acesso individual, familiar e empresarial a energias limpas e renováveis.

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