Nova Gente: ' 2023: Um ano decisivo'

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Se verificarem nas últimas campanhas políticas, sejam nacionais ou internacionais, existe sempre uma conotação de supra urgência dizendo que são as eleições mais importantes de sempre. E em boa verdade, pese embora o dramatismo, são. Porquê?

Creio que, sobretudo, pela falência do actual modelo económico e geopolítico capitalista. Foi nos vendido que qualquer regime, seja de direita ou esquerda, nos poderia trazer uma época de maior abundância e melhor distribuição de riqueza com modelos económicos baseados no pressuposto de pleno emprego, contínuo crescimento da economia e populacional. O que se verifica é que muitos destes pressupostos falharam seja em modelos mais centralistas ou mais descentralizados. Porquê?

Porque muitos destes vão contra os fundamentos mais básicos da ecologia e da gestão responsável dos recursos criando a ilusão que podemos consumir o que queremos a qualquer hora. Este modelo, generalizado mesmo em sociedades ditatoriais, veja-se o caso da República Popular da China e do Qatar, normalizou uma impossibilidade. Priorizarmos o ter ao ser. Porquê?

Pelo simples facto que uma sociedade capitalista apenas sobrevive se se mantiver a maioria da população num permanente estado de sobrevivência e de conflito. O lema e prática de “Dividir para conquistar” mantém a maioria dos cidadãos desviados da maior concentração de riqueza e de poder de toda a história da Humanidade e cilindra qualquer debate em torno de novos futuros amarrando a larga maioria a consumos fúteis de bens e serviços. Consumo este profundamente manipulado e fomentado pela indústria do marketing e da publicidade. Assim são nos incutidos, muitas vezes subliminarmente, laboratórios de pensamento para não fugirmos da norma, não questionarmos o grande esquema das coisas e dos eventos.

É por isso que sim, 2023 será um ano fundamental. Mas não para mantermos tudo na mesma, mas sim para rompermos com esta narrativa e começarmos a estabelecer um modelo social e económico merecedor do século XXI.

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