Impala: 'O sangue por detrás do acordo Mercosul'
Temos, talvez pelo constante bombardeamento de notícias diárias, a tendência de esquecer eventos impactantes na nossa sociedade. Mesmo quando nesse momento tenhamos feito, e genuinamente sentido, um esforço para perceber e ajudar a superar tal situação.
Um exemplo recente aconteceu com os incêndios que devastaram a floresta amazónica em 2019. É impossível não relembrar a brutalidade do impacto das imagens e da devastação ambiental que tais fogos causaram. A isto acresce a inacção, e mesmo bloqueio, das entidades governamentais para travar não só estes incêndios, maioritariamente premeditados, como as suas causas. Esta pressão na Amazónia, para expandir a extração de recursos minerais, madeireiros, hídricos, agrícolas e pecuários, está a levar à total destruição da biodiversidade regional, destabilizando ainda mais o equilíbrio climático mundial.
Estamos perante um etnocídio da comunidade indígena milenar, de um genocídio, pois toda esta destruição impacta severa, negativa e directamente todos os cidadãos do Mundo, e um ecocídio, pois constantemente desaparecem milhares de hectares de floresta e pantanal amazónico.
É impossível ficarmos apáticos e vermos a constante destruição deste berço de biodiversidade. Assim pedi, com mais 64 eurodeputados, ao nosso primeiro-ministro, Dr. António Costa, em representação da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, que não avançasse com as negociações do acordo entre a União Europeia e os países do Mercosul.
Isto porque é factual, sobretudo com um (des)governo de Jair Bolsonaro, que este acordo comercial entre blocos, mesmo com ligeiras melhorias, não trará vínculos legais que responsabilizem quem activamente destrói a Amazónia – seja o Brasil, sejam os estados-membros europeus que ratifiquem um eventual acordo.
É tempo de a classe política travar o mercantilismo da vida neste Planeta
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Domingo, 25 de Fevereiro de 2024
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