Nova gente: 'Soja na União Europeia'
Nesta apresentação, com representantes da sociedade civil, académica e indígena brasileira, foram partilhadas as dificuldades que assolam estas comunidades. E os relatos são dramáticos! A expansão da produção de soja em territórios indígenas, tal como em zonas com biomas frágeis como a Amazónia, o Cerrado (savana do Brasil) e o Pantanal, é trágica e está directamente relacionada com a exportação desta matéria-prima para os mercados internacionais, nomeadamente para a União Europeia.
Mas ao contrário do que possa ser o “senso comum”, ou a desinformação por conforto societal, a maioria da soja produzida no Mundo, cerca de 79%, é direccionada para ração animal, sendo que apenas uma pequena fracção vai para consumo directo humano. Isto quer dizer que o consumo de produtos animais, não necessariamente apenas os que importamos do Brasil, pois as rações com soja são dadas na pecuária europeia, é o maior contribuidor para a escassez hídrica em muitas regiões do Brasil, ao desmatamento grotesco da Amazónia e à destruição da biodiversidade em locais como o Cerrado e o Pantanal.
Mas pior. Cerca de 92% desta soja advém de produções geneticamente modificadas, o que infere uma alta concentração de químicos e pulverizações que destroem solos, contaminam as águas e as comunidades locais.
É difícil olharmos para o nosso prato e concebermos que o que comemos está, efectivamente, a destruir o Mundo e a causar um sofrimento atroz. Sabendo disto, a escolha de continuarmos a comer produtos de origem animal é um acto de compadrio com esta destruição. Felizmente, vivemos numa época em que existem muitos substitutos da proteína animal e a pergunta que se impõe é: porque não mudamos?
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Nova Gente: ' Revisão das normas de transporte de animais na UE'.
Quarta-feira, 13 de Dezembro de 2023
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