Nova Gente: 'Trump Bolsonaro e Ventura os irmãos metralha'

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Comecemos pela recente invasão do Congresso, Palácio Presidencial e Supremo Tribunal do Brasil por apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro. Este acto, ainda em investigação mas organizado e claro no seu propósito, foi alimentado por uma falsa narrativa que as eleições foram manipuladas e roubadas. De recordar que esta retórica foi montada bem antes do início da campanha eleitoral pelo presidente Bolsonaro.

A ideia de recusar os resultados eleitorais, de criar a ideia de um possível golpe militar (pese embora tal nunca fosse realista), tal como de continuamente partilhar desinformação, serviu de mote para esta paranoia colectiva.
Mas este exemplo bebe de outro onde fanáticos apoiantes de Donald Trump e da direita ultraconservadora dos EUA invadiram o Capitólio (matando inclusive agentes policiais). Esta narrativa, que a direita extremista apenas pode perder eleições via corrupção, nunca pelo voto popular, foi um tubo de ensaio para algo maior. A total descredibilização do processo natural de rotação e passagem de poder governativo.

Importa sublinhar que ambas as candidaturas, que antecipadamente partilharam teorias de conspiração, desinformação e anteciparam acções de terrorismo interno, foram apoiadas fervorosamente pelo líder do partido Chega, André Ventura. Este apoio, bem documentado, é também ao tipo de política nacionalista e isolacionista que permeia a direita ultraconservadora europeia e mundial. Estes movimentos fomentaram, por exemplo, a saída do Reino Unido da União Europeia e têm laços próximos a regimes ditatoriais como o de Putin.

Voltando ao ponto inicial recordo-me da campanha presidencial de Ciro Gomes que previu que o Brasil não se pacificaria apenas com a eleição de Lula. Muito menos conseguiria ultrapassar a actual crise política e social se não alterasse o modelo económico tal como a própria fisionomia das instituições democráticas para as tornar mais transparentes, eficazes e funcionais. É caso para dizer, Ciro avisou!

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